Tarefa:
Atividade V. Texto individual. Maria Rosa Oliveira de Jesus.
Mat. 10. 2. 9780.

ÉTICA,
MORAL, EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE HUMANA: a relevância da formação humana no
contexto educacional à plena vivência social
Maria Rosa Oliveira de Jesus *
Maria Vane *
Nádia Cristina de O. Xavier *
Rosângela Teodoro *
Resumo
O
presente artigo discute a relação de inerência entre a formação da ética e da
moral no contexto da educação escolar, ressaltando a importância da reflexão
sobre a diversidade humana enquanto meio de prevenção da discriminação de toda
e qualquer espécie. Embasa-se em diversos autores, principalmente de Moreira e
Ferreira (s/d) cuja discussão centra-se na relevância da ética no contexto
educacional, no texto de Carneiro (s/d) que foca a ética nas relações de
interação e de existência social e no artigo de Gislene Santos, “Ética e
Educação”, o qual foi explorado no curso “Programa Ética e Cidadania: construindo valores na
escola e na sociedade”.Também
se alicerça em Freire (1996) e em Pereira (2009). Nas considerações finais as
autoras expõem a opinião do grupo quanto à temática.
Palavras chaves:
ética e moral; educação; diversidade humana e racismo.
A ética e a moral se relacionam intimamente à educação
formal e/ou informal. Sendo o homem sujeito sócio cultural, vai se formando
progressivamente e sua aprendizagem é sempre inacabada. A consciência moral,
para dar significação positiva à convivência social, deve se pautar na conduta
ética.
No artigo “Abordagem Ética e da Concepção
Sócio-Histórica na Educação” Leila M. Moreira e
Suelaine C. Ferreira defendem a ética
enquanto um dos fundamentos norteadores do processo educacional, ressaltando a
sentido da ação humanizadora da educação. Moreira é assistente social e
Ferreira enfermeira, sendo ambas discentes no Curso de Especialização em
Docência na Educação Superior da Universidade Federal do Triângulo Mineiro.
Já a obra de Gislene Santos “Ética e Educação”, explorada no curso “PROGRAMA ÉTICA E CIDADANIA
construindo valores na escola e na sociedade” aborda a importância da educação à cidadania,
as questões legais veiculadas, sobretudo na LDB (Lei de Diretrizes e Base) e o
histórico dessa concepção de ensino e suas raízes filosóficas, e ressalta
principalmente Sócrates e Platão. Para Santos (p.01) os programas educacionais
relativos:
[...] pressupõe a crença na tolerância,
a marca do bom senso, da razão e da civilidade que faz com que os homens possam
se relacionar entre si. Pressupõe, também a crença na possibilidade de formar
este homem, ensinando a tolerância e a civilidade dentro do espaço e do tempo
da escola.
Ela ressalta a valorização do ensino pautado no
desenvolvimento de virtude vendo nessa a mais alta forma de conhecimento. Segundo
a autora (p.05) “Transformar a escola em um espaço efetivamente plural seria
uma das formas mais eficazes de uma educação ética ou para a ética, porque
permitira a expressão das diferenças num espaço público de modo a incorporar
todos os valores sem hierarquiza-los”.
Defendendo um ensino emancipador Santos, afirma (p.
06) que a escola precisa ser vinculada ao mundo da ética, e que isso “[...] se
constrói através da livre expressão de ideias e projetos no espaço das cidades
e da cidadania, uma educação ética também implicaria a formação de cidadãos
através do livre exercício da atividade política ou a ampliação de espaços
públicos de manifestação das diferenças. A educação para a ética, a seu ver,
pressupõe a construção de sociedades verdadeiramente democráticas, então,
propõe a recuperação da sabedoria advinda da tradição filosófica “[...] a ética
se ensina permitindo o convívio entre os diferentes nos diferentes espaços
públicos nos quais se possam expressar os valores e construir o bem comum”.
(SANTOS, p. 07).
Para Moreira e Ferreira (2008) a educação é um processo
de formação pessoal ou aperfeiçoamento das capacidades individuais. E afirmam (p.04) “[...]
na concepção histórico-social a educação, como todo processo social, é um ato
coletivo. [...] ninguém ensina ninguém, os homens aprendem e ensinam juntos”. E
destacam o significado
de ética e de moral possuem definições distintas, porém, no cotidiano, ambas
são vivenciados e fazem parte da conduta humana. Pelo aprendizado dessas normas
na educação, no estudo e na vida prática o homem se desenvolver como indivíduo.
Ressaltam que:
[...] no contexto
sócio-histórico, a origem das mazelas sociais se dá [...] na divisão de classes
[...] os críticos marxistas do sistema educacional já apontavam como a escola
reproduz uma ética que é a ética burguesa individualista. Conceituam a ética
como princípios e valores morais que regem a sociedade. [...] É uma derivação
do ethos, está contido o modo de ser da pessoa, seu caráter. É concebida
historicamente como senso democrático e de justiça social. Na educação, o termo
ganha uma dimensão do fazer plural para que o indivíduo alcance o vir-a-ser. (MOREIRA e FERREIRA,
s/d, p.05).
Tais conceitos levam o homem a agir
de acordo com as normas, tradição, costumes, hábitos e a prática da cultura
adquirida, gerando concepções de certo ou errado, conforme seu meio social.
Citam a definição de ética e de moral do dicionário de Língua Portuguesa
Aurélio “[...] o estudo
dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de
qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à
determinada sociedade, seja de modo absoluto” e ”[...] conjunto de regras de
conduta e de hábitos julgados válidos, quer de modo absoluto, quer para grupo
ou pessoa determinada”, respectivamente. Os significados etimológicos se
distinguem, pois ética advêm do grego e moral do latim “ethos” é o modo de ser,
enquanto “mores” se refere aos costumes.
A ética é adquirida conforme índole de cada um e
o ambiente familiar, pois o comportamento individual depende da consciência
adquirida ao longo da formação. Já a moral é nata, pois o ser humano nasce com
a concepção de certo e errado, o que lhe traz conhecimento pleno da prática de
seus atos e a distinguir o bem e o mal. Assim sendo, na educação a
empregabilidade da ética se identifica.
O artigo a
“Construção da Consciência Moral” de Yves de La Taille (s/d), professor titular
do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, discute as distinções
entre as dimensões intelectual e afetiva do agir moral. Ressaltando os fatores
associados a cada dimensão e a complementaridade delas na construção da
consciência ética à conquista de uma vida ideal, na individualidade e no vier
social, o autor salienta a moral enquanto os deveres de cada cidadão e ética à
“vida boa”. E afirma que a moral é inerente à liberdade do seu agente, que deve
estar em pleno usufruto de suas faculdades intelectuais.
Para Alexandre Carneiro Souza (s/d), autor do artigo
“Ética na Educação” a ética se liga diretamente às relações de interação e à
existência social, se subdividindo pessoal e social. Nas relações sociais os
seres humanos desenvolveram duas dimensões: a racionalidade moral e a ética; O
autor fundamenta o princípio da ética, citando (p. 03) Bárbara Freitas “[...] o pensamento filosófico grego é ponto de partida e de chegada de quase todos os modelos e sistemas
do pensamento subsequente”. Comparando a filosofia clássica à ideologia
ocidental, duas concepções pedagógicas com premissas distintas, na primeira
“conhece-te a ti mesmo”, na segunda “não discuta com a lei, apenas obedeça” o
autor justifica que as instituições ocidentais foram assumindo uma postura de o
individuo auto conhecer-se e de viver, visando um caráter mais normativo e
pouco criativo.
Segundo Moreira
e Ferreira (s/d) na LDB (Lei de
Diretrizes e Bases) a educação é um processo formativo que se consolida no
contexto familiar, na convivência humana, no espaço laboral, nas instituições
educacionais, nos movimentos sociais, nas organizações sociais civis e
manifestações culturais. A ética no ensino norteia a vivência social e
conduz a formação do homem que aspira a sua condição, pela práxis (ação
consciente e eticamente orientada). O respeito às diferenças decorre do
conhecimento das múltiplas culturas.
A educação e
ética se imbricam visando conduzir a pessoa na formação cidadã (fortalecida
pela totalidade de responsabilidade social - com consciência de que no processo
histórico deve-se evoluir como seres humanos e éticos). Sobre as relações
educativas atreladas ao modo de produção vigorante, afirmam que atualmente a
escola se abre mais à relação docente/discente. “Os valores formativos estão
paralelos aos somativos, já que a escola não existe sem ambos.” (MOREIRA e
FERREIRA, s/d, p.13). Elas defendem a formação continuada desenvolve a
consciência reflexiva e crítica, sendo a ética indicador que sublima a
liberdade e a vivência concreta da realidade dos sujeitos envolvidos na ação
educativa, em processo de constante construção e reconstrução de ideias,
fundamentados nos aspectos teóricos e práticos da didática pedagógica.
Conforme
Freire (1996) “Não foi a educação que fez mulheres e homens educáveis, mas a
consciência de sua inconclusão é o que gerou a sua educabilidade”. Ele critica
toda e qualquer forma de discriminação, pois “educar exige o bom senso e responsabilidade”
e defende a associação do discurso à prática pelo alcance da coerência. “A
prática docente, especificamente humana, é [...] formadora, por isso é ética.”
(FREIRE, 1996, p. 72/73).
Souza (s/d, p. 7) aborda o tema ética no “Período da
Arte trágica” afirmando que não havia distinguia bem e mal, ambos eram
vangloriados, nesta visão, a verdadeira pedagogia da vida vinha de da busca da
liberdade e de batalhas travadas internamente, sendo o sofrimento necessário ao
crescimento. Então, na filosofia grega “a ética da vida” pressupõe que o homem
que é realmente livre não de deixa dominar por nenhum desejo externo. Assim
sendo entende-se por ética “[...] uma orientação de vida alicerçada na prática
livre da virtude segundo pressupostos da razão, mediante a qual o sujeito age
com base em sua consciência, alheio às coerções exteriores [...] e interiores
[...] sendo que o objetivo é estar bem consigo mesmo e com os outros. (SOUZA,
s/d, p. 7).
Para o autor a relação da ética e educação é
expressiva, pois o processo educacional é abrangente e baseia-se nas relações
de duas gerações (adulta e infantil), nesse processo é repassada a herança
cultural de geração para geração. E acrescenta que para Durkheim (1967) a
educação “[...] é aquela exercida
pelas gerações adultas sobre aquelas ainda não amadurecidas para a vida social”.
A atividade humana equipara as
dimensões cognitiva e afetiva, constituintes do campo da ação moral “[...] pois
toda ação remete a um ‘fazer’, a dimensão cognitiva ou ‘intelectual’ corresponde
ao ‘saber fazer’, e a dimensão afetiva corresponde ao ‘querer fazer’. ( LA
TAILLE, s/d, p.01). Cita Kant (1795/1980) que abordar a ideia de dignidade, na qual envolve-se a
moral, exigindo o respeito à dignidade do outro a manutenção da própria, sendo
esse um imperativo categórico.
Na dimensão intelectual há plena
participação da razão no
fazer moral, a ação moral precisa ser guiada pela razão, só devendo ser responsabilizado
moralmente quem tem a liberdade de agir (oportunidade de escolher empregando
critérios definidos racionalmente). O
autor divide a moral e conhecimento em três categorias complementares
estabelecendo analogias: regras (formulações verbais reguladoras do agir:
mapas) princípios (em nome do que agir: bússola) e valores (premissas
geradoras dos princípios e das regras), portanto no agir moralmente deve a
pessoa saber empregar seus conhecimentos.
Para
Pereira (2009) é frequente a associação da ética à conduta humana, porém é
preciso associá-la também à conduta profissional, onde o indivíduo mais precisa
lidar com interesses conflitantes. O desempenho profissional requer interações
causadoras e receptoras de maior impacto social. Também há “[...] crescente
preocupação com Ética e responsabilidade afetiva, Ética e práticas ambientais, [...]
sistemas financeiros, Ética e universo profissional.” PEREIRA, 2009, p. 14).
La Taille (s/d) defende ao saber fazer moral pressupostos das habilidades
intelectuais tais como o equacionamento moral (forma pela qual as
pessoas podem dialogar acerca da moral, o melhor a ser feito, o não tolerável) e a sensibilidade (percepção das dimensões morais
não óbvias em situações aparentemente neutras - ou positivas – sob a ótica
moral). A seu ver existem pessoas capazes de efetivar equacionamentos morais
sofisticados, mas relativamente que não vêem nas situações em que regras,
princípios e valores morais são obscuros. No desenvolvimento do juízo moral as duas
abordagens mais (re) conhecidas são as de Piaget e
Kohlberg. Piaget considera que:
Na heteronomia, a criança [...] coloca a
gravidade da ação como moralmente mais relevante que a intenção que a presidiu
e dirige seus juízos a respeito do valor moral de uma atitude, tomando como
referência a obediência aos mandamentos das ‘autoridades’ (notadamente os pais).
Trata-se de uma moral do respeito unilateral, para o qual critérios de
igualdade e reciprocidade ainda são praticamente inexistentes. A autonomia
será, justamente, a fase de desenvolvimento moral durante a qual as regras
serão interpretadas a partir de princípios [...], a intenção da ação será
elemento moral mais importante do que a gravidade de suas conseqüências, e a
igualdade de direitos e as relações de reciprocidade substituirão a obediência
como critérios para julgar o que é certo ou errado fazer. (LA TAILLE, s/d, p.08).
Já
a teoria de Kohlberg prevê três estágios declarando na mesma página:
[...] no estágio pré-convencional a moral é dominantemente
interpretada como obediência a autoridade e orientada para o evitar a punição,
no estágio convencional, [...] certo corresponde a adequar-se às expectativas
do grupo e a preservar a estabilidade social, e no estágio pós-convencional, a
moral é pensada através de princípios universais que garantam a justiça para
todos.
La Taille (s/d) aborda a relevância
das relações afetivas no despertar do
senso moral, afirmando que o trato com os sentimentos
fundamenta a presença de valores morais na construção da personalidade. A construção
processual de virtudes, remetem
a leitura ética e embasam a construção mental de consciência. Pela educação
formal ou informal a criança pode despertar sua simpatia e sensibilizar-se com outros, também adquire
sentimentos de culpa (pela tomada de
consciência de ter ferido alguém ou transgredido uma regra), da indignação (auto-interesse em prestar
atenção ao que lhe é devido) e da confiança
(nutriente do desejo de participar de uma comunidade moral).
Conclui o autor ser a busca e
manutenção da dignidade pessoal uma condição afetiva imprescindível às ações
inspiradas nos deveres morais, e dependente da concepção “[...] de ‘vida que
vale a pena ser vivida’ e de ‘que pessoa vale a pena ser’. Neste sentido, a
dignidade é um conceito tanto moral, quanto ético” (LA TAILLE, s/d, p.18).
Então aconselha considerar sempre que as dimensões, intelectual e afetiva do
agir moral, pois na psique humana, elas estão em constante interação.
Para o autor, o processo ensino
aprendizagem não deveria modelar mentes e sim disponibilizar conhecimentos,
informações, respeitando as diferenças, as particularidades, valorizando a
diversidade. O trabalho pedagógico, cria um “habitus” que passa a orientar as
práticas sociais em conformidade com a cultura dominante, determinando o que a
sociedade deve pensar perceber, gostar e fazer. A “práxis” é a postura onde o
fazer percebe o outro como ser autônomo e responsável pela sua autonomia, sendo
assim a verdadeira pedagogia pertence a “praxis”. “O sujeito do desejo não tem uma fisionomia
fixa. O distanciamento entre o desejo e a moral reside exatamente no fato de que
a moral visa a padronização (subtrai), ao passo que o desejo tende ao inédito
(adiciona)”. (FOUCAULT citado por SOUZA p.22).
Enquanto a educação for vista como uma imposição
aprendizagem e autonomia continuarão distantes, mas quando o homem se tornar um
sujeito livre, dono de suas decisões, ele descobre o seu poder, emancipa-se e
traça um estilo de vida rumo à liberdade.
O texto “Sobre Educação do Campo” da autora Roseli Salete Caldartti foi escrito como roteiro para
uma exposição do III Seminário do PRONERA ( Programa Nacional de Educação na
Reforma Agrária), objetivando principalmente chamar a atenção para algumas
questões relacionadas ao balanço do PRONERA e refletir sobre a Educação no
campo. Para Caldartti a
educação do campo surgiu da necessidade de uma política educacional para a
sociedade camponesa, nascendo da luta dos Sem Terra para a implantação de
escolas públicas nas regiões onde foi realizada a Reforma agrária, visando
manter a sua identidade, sua cultura, suas experiências educacionais, enfim seu
território conquistado.
Dessa forma a Educação do Campo foi também uma crítica a Educação
pensada no abstrato, seus sujeitos lutaram para que o debate pedagógico fosse
colocado na realidade deles, nas interações concretas e transformações vivenciadas em sua complexidade. O texto de Caldartti apresenta que o PRONERA
acredita na possibilidade da formação dos educadores das escolas do campo não
ser à distância, sendo assim o programa luta pela democratização do acesso ao
ensino superior desafiando as elites preconceituosas.
O artigo “Ética,
Educação, Política e Tecnologia” publicado pela Revista “África e
Africanidades” é uma entrevista a Júlio César de Almeida de Oliveira, pedagogo
da (UFRJ) pesquisador e um dos autores do livro Ética e Educação: uma abordagem
atual. As expectativas e desafios da educação brasileira e a crise moral e
ética em que vivemos atualmente são alguns dos pontos destacados pelo
pesquisador. Um ponto primordial apontado na entrevista com o pedagogo
entrevistado “Júlio César de Almeida de Oliveira” responde sobre a ética e a
educação no Brasil. Segundo ele esse “Processo é lento [...] e o comprometimento
não deve ser visto apenas com o Estado [...] a cultura do jeitinho brasileiro
esbarra no ‘agora não’, ‘deixa pra depois’, ‘deixa eu ver a novela’ [...] Assim
sendo é perceptível a relevância em sua resposta com o tema ética e educação
em nossa disciplina e em nosso próprio trabalho pois podemos ver uma
certa carência de investimentos na educação e a falta de valorização e o
descaso com a educação como falhas gravíssimas do Estado.
Outra parte da entrevista que chama bastante a
atenção está na sua visão a respeito da ética,
do fato que ela não seria “ [...] o ensinável, e sim o
vivenciável e discutível, daí não vê-la como um prato caro/raro, mas de sabor
difícil de distinguir” . Segundo ele o que comumente chamam de “falta de Ética”
é o que ele chama de falta de aprofundamento sobre a mesma, no sentido de não
compreendê-la como embasamento social, ainda que ela pareça não existir, pois
os modelos estão muito vinculados à maneira como procuramos compreender a
Ética, assim sendo, ela é um tanto teórico e também prático. Ressalta o
educador que “Fragmentar de discussões envoltas desta temática, as polêmicas
que a abrange, é uma boa forma de tratá-la em sala de aula, em casa, na mídia.
Mas ter receio de debater certos assuntos, em nada ajudará a Compreendê-la e a
vivenciá-la”.
Na perspectiva de relatar experiências Jorgetânea
Ferreira (2004) descreve em seu artigo “Ètica, cidadania e relações raciais:
construindo novas relações humanas nas escolas de Uberlândia”, publicado na
Revista de Educação Popular, uma vivência de curso para educadores, no qual a
formação complementar relativa se deu em espaço privilegiado de reflexões,
visando à superação do racismo e do preconceito. O professor que almeja a democracia e a
ampla cidadania precisa atuar apropriando-se de valores como justiça,
dignidade, igualdade e respeito mútuo, fazendo da escola espaço privilegiado a
experimentação de relações humanas pautadas na ética. A educação inclusiva
precisa dar visibilidade a seus sujeitos, pois:
O racismo e a discriminação produzem
exclusões na esfera educacional: nas possibilidades de adentrar e concluir os
ciclos formais de escolaridade, de ver reconhecidas e valorizada a diversidade
das contribuições dos diferentes grupos étnicos e raciais e suas diferentes
culturas no patrimônio da humanidade. (CARNEIRO 2001 citado por FERREIRA 2004, P. 46).
Trabalhando com oficinas temáticas a autora adverte
a necessidade de atenção múltipla principalmente nas atividades comemorativas.
Nas questões raciais, sobretudo para com as pessoas negras, é relevante o
abordo igualitário que possibilite a pluralidade ética, de gênero e de classe
social, pois a escola deve contribuir a formação do ser humano nas múltiplas dimensões de sua vida
(profissional, afetividade, política, etc.). devem as universidades prepara bem
o educador a essa docência. Deve o professor evitar a idealização de
alunos para isso é importante reconhecer
a existência do preconceito, para bem aproveitar as oportunidades de
problematizações e conduzir adequadamente o trabalho voltado a sua superação.
Salienta ela que as imagens negativas afetam a autoestima, assim os
estereótipos precisam ser quebrados.
Pelo trato adequado com a diversidade e a diferença
é possível estimular ações positivas, principalmente pelo trabalho com materiais
alternativos e abrangentes. Nessa ótica é citada Rocha (2002) que defende a
formação permanente dos educadores enquanto essencial a “[...] efetivação de um
projeto de educação popular”. (FERREIRA. 2004, p.48). Sendo o racimo uma
construção histórica o professor precisa se preparar para enfrentar
adequadamente. Cabe a escola efetivar parcerias nesse sentido, para que seja
local de inclusão e solidariedade, com o convívio democrático e respeitoso das
diferenças.
Ética e
educação no meu cotidiano
Considero de suma importância criar atitudes de uma
ética profissional no âmbito educacional para que haja sucesso no decorrer do
processo escolar. Assim, trabalharemos em prol da construção de sujeitos
críticos, criativos e capazes de atuar conscientemente na sociedade. Embora,
diversas ações afirmativas são instituídas com a finalidade de combater as
desigualdades raciais e de gênero é notável que ainda hoje as escolas infrinjam
os princípios que baseiam o universalismo dos direitos humanos por meio de
práticas discriminatórias principalmente no caso da pessoa negra. Nesse
sentido, Cavalleiro (s\d) aponta a eficácia de criar projetos de educação para
a igualdade racial e de gênero na consolidação dos direitos humanos. É afirmado pela Comissão de Meio Ambiente e
Qualidade de Vida - Com-vida – é importante abranger toda a comunidade escolar na
tentativa de solucionar os atuais problemas e construir o futuro que todos
almejam. Daí a necessidade de realizar práticas no âmbito educacional que
considerem esta questão. Conforme é abordado no vídeo “Pais: inimigos ou
aliados?” a escola se encontra em constante transformação e o professor tem um
papel primordial na educação dos filhos. Mas vale ressaltar que o envolvimento
dos pais nessa questão faz um diferencial muito grande e decisivo para o
sucesso da criança que estuda. É necessário abordar assuntos relevantes para
que os pais se sintam motivados e tenham interesse em participar das atividades
escolares. Os pais juntamente com a escola podem se aliar na “busca por uma
escola mais aberta, mais justa e mais eficiente no ensino e na aprendizagem”
desde que a escola compartilhe os conhecimentos com a comunidade. A escola tem se tornado um instrumento
principal que permite as mudanças indispensáveis no conhecimento, valores,
comportamentos e estilos de vida dos indivíduos. Percebo a grande importância
de refletir sobre minha postura ética na prática pedagógica para o melhoramento
do ensino aprendizagem.
Considerações
finais
Partindo das formações discutidas nos textos que
embasam esse estudo é possível afirmar que a educação envolve a formação de
valores éticos e morais, devendo sempre considerar a diversidade humana no seio
das instituições. Coexistem divergências entre culturas, quanto ao que é ou não
ético e o moralmente certo ou errado. O fundamental é investir na ampla
formação humana, investindo na construção de pessoas mais solidárias e
responsáveis por si e por seus semelhantes. A educação precisa promover o
desenvolvimento pleno da consciência pelo bem estar pessoal e social. Enfim, a
escola precisa se fazer espaço de encontro das diferenças advindas da
diversidade humana para a melhoria progressivo do convívio e a ruptura com a cultural
discriminação, pelo bem da grande maioria.
REFERENCIAS
BRASIL.
Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e
Diversidade. Formando Com-vida, Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida
na Escola: construindo Agenda 21 na escola
/ Ministério da Educação, Ministério do Meio Ambiente. - 2. ed, rev. e ampl. –
Brasília: MEC, Coordenação Geral de Educação Ambiental, 2007. Disponível em: http://www.moodle.ufop.br/file.php/6489/Cartilha_Com_Vida.pdf
CAVALLEIRO,
Eliane. O combate ao racismo e ao sexismo como eixo norteadores das ações
políticas de educação. (s\d)
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários a prática
educativa. 15 ª edição. São Paulo. Paz e Terra. 1996.
LA
TAILLE,Yves de . Construção da
Consciência Moral. UNIVESP / UNESP.
Psicologia do Desenvolvimento. P. 01 a 18. Disponível em :
Atividade_2_._Leituras.zip\Atividade
2 . Leituras - Arquivo ZIP, tamanho descomprimido 1.212.022 bytes
MOREIRA, Leila
Maria. e FERREIRA, Suelaine de Castro. Abordagem Ética e da Concepção
Sócio-Histórica na Educação.
Disponível em: Atividade_2_._Leituras-1.zip\Atividade 2 . Leituras - Arquivo
ZIP, tamanho descomprimido 1.212.022 bytes
PEREIRA,
Dulce Maria. Ética profissional: desafios do século xxi / Ouro Preto: UFOP,
2009. 168p.,
http://www.moodle.ufop.br/file.php/6489/Fasciculo_Etica_Profissional_._Dulce_Maria_Pereira.pdf Acesso: junho /2013.
SOUZA, Alexandre
Carneiro de. Ética na Educação. Disponível em: http://www.moodle.ufop.br/file.php/6489/Atividade_2_._Leituras.zip
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